Apesar dos reforças em patrulhamento e iluminação por parte da prefeitura, comerciantes e moradores reclama que as ruas da área central da cidade continuam sendo alvo de furtos, principalmente à noite

27 de Novembro de 2022 – O Diário de Mogi

Matéria completa retirada no site www.odiariodemogi.net.br

O Diário vem noticiando uma série de crimes praticados no Centro de Mogi das Cruzes. Loja de colchões furtada duas vezes e espaço cultural invadido são apenas alguns dos exemplos contidos nas estatísticas, que apontam, nestes nove meses de 2022, mil furtos a mais do que o mesmo período do ano passado. Normalmente realizados à noite, estes furtos têm gerado muitas reclamações entre os comerciantes, que são lesados e precisam arcar com os prejuízos de portas arrombadas, telhados danificados e produtos perdidos. Existem tentativas de reverter a situação, como o Programa de Vigilância Solidária (PVS), mas não estão sendo suficientes para coibir as ações.

“Estamos tendo um resultado positivo com o PVS, que tem mais de 35 comerciantes fazendo parte, mas mesmo assim os furtos continuam, com várias lojas arrombadas no período noturno. Estamos muito preocupados e trabalhando forte nisso”, avalia em entrevista a este jornal o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Mogi das Cruzes e Região (Sincomércio), Valterli Martinez

Ele reconhece o esforço realizado em conjunto pelo sindicato, Polícia Militar e Guarda Civil Municipal. Esta iniciativa agora ganhou um novo membro, o Conselho de Segurança Pública (Conseg). “A Polícia e a Guarda está nos ajudando na orientação dos comerciantes. Quem sofrer furtos é porque a loja estava sem alarme, ou sistema de segurança não estava funcionando. Isso complica um pouco as ações”.

Valterli, porém, não quer culpabilizar os lojistas. “A gente sabe que a situação econômica complicou por causa da pandemia, e estamos sempre cobrando, nas reuniões do Sincomércio com o Conseg, fazendo trabalho que envolve reativação das câmeras por parte da prefeitura, e lutando pelo reforço do policiamento, principalmente em datas especiais”.

O tal “aumento da vigilância” defendido pelo sindicato, então, não seria somente uma responsabilidade dos lojistas, mas também do governo municipal. “Já tivemos resultados positivos, com implantação na base da praça da Marisa (Largo do Rosário). Mas vemos problemas no horário noturno, quando a área central fica mais abandonada e precisamos de um controle melhor”, pontua Valterli. 

Procurada pela reportagem de O Diário, a Secretaria Municipal de Segurança confirma investimentos neste sentido. Em nota, a Pasta informa “que a Prefeitura de Mogi das Cruzes vem trabalhando para a modernização do sistema de monitoramento do município” e destaca que “no início de setembro, por exemplo, a administração municipal entregou a Central de Monitoramento de Mobilidade Urbana e Segurança, estrutura que trabalhará em apoio à segurança pública, por meio das câmeras e da tecnologia de leitura de placas (LAP) dos equipamentos de fiscalização eletrônica, que está conectada ao sistema Detecta”.

Clique aqui para ler mais sobre o sistema de monitoramento da cidade, que deve, em breve, ganhar 300 novas câmeras.

 Sensação de insegurança

Uma moradora do Centro que prefere ter a identidade preservada procurou a reportagem para dizer que “ultimamente a segurança tem sido bastante ineficaz com relação às autoridades”. Ela relata invasões na vizinhança e cita casos de furto em estabelecimentos como floriculturas, lojas de roupa e consultórios odontológicos, o que a deixa preocupada com a segurança de todos, sobretudo dos idosos que vivem na região central de Mogi. 

Procurada por O Diário, a Secretaria Municipal de Segurança esclarece que o Centro tem sido patrulhado com frequência, inclusive com “prioridade”, já que a “presença da Guarda Municipal foi reforçada na região, com uma viatura a mais dedicada ao patrulhamento preventivo na região no horário entre 18h e 20h, quando a movimentação de pessoas é maior”. Além disso, a Prefeitura afirma ter realizado “um trabalho de melhoria na iluminação naquela área”. Confira a nota na íntegra: 

“A Secretaria Municipal de Segurança informa que a Guarda Municipal de Mogi das Cruzes faz parte do sistema de segurança pública do município e mantém o patrulhamento em todas as regiões, em um trabalho conjunto com a Polícia Militar. O trabalho também compreende o monitoramento com câmeras da Ciemp, além de grupamentos específicos, como a Ronda Escolar, Patrulha Rural, Patrulha Maria da Penha, Patrulha Ambiental, Rondas Ostensivas com Motos (ROMO) e Ronda Ostensiva Municipal (ROMU).

Um dos pontos prioritários desta atuação é a região central, em pontos como a praça Prefeito Francisco Ribeiro Nogueira, conhecido como Largo Primeiro de Setembro. A presença da Guarda Municipal foi reforçada na região, com uma viatura a mais dedicada ao patrulhamento preventivo na região no horário entre 18h e 20h, quando a movimentação de pessoas é maior. A Prefeitura também realizou um trabalho de melhoria na iluminação naquela área.

A utilização da tecnologia também é um destaque. No início deste mês, foi entregue a nova Central de Monitoramento de Mobilidade Urbana e Segurança, que trabalhará em apoio à segurança pública, por meio das câmeras e da tecnologia de leitura de placas (LAP) dos equipamentos de fiscalização eletrônica, que está conectada ao sistema Detecta. Na semana passada, também foi anunciado o projeto-piloto de parceria com o Clube de Campo de Mogi das Cruzes para a integração entre câmeras particulares e o sistema municipal de monitoramento.

A população pode colaborar com o trabalho de segurança pública por meio de denúncias pelo telefone 190 (Polícia Militar) e 153 (Guarda Municipal)”.

Problema social

Presidente do Sincomércio, Valterli Martinez afirma ter em mãos um estudo que aponta que os furtos praticados no Centro de Mogi são cometidos por pessoas em situação de rua, ou então por pessoas “que se infiltram e se camuflam nessa população para cometer crimes”. 

Por isso, diz que além de reforço policial, a situação exige uma participação importante da assistência social, “talvez até maior do que de segurança”, já que são pessoas que precisam de tratamentos psicológicos “e muitas vezes são usuários de drogas”.